Cafuzo

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Representação de uma criança cafuza na "Pintura das Castas", do Vice-Reino da Nova Espanha, no século XVIII. A pintura ilustra: "De um negro e uma índia sai um lobo", que é sinônimo para cafuzo em algumas partes da América Latina.
Mulher cafuza retratada em 1881 na coleção Popular Science Monthly.

Cafuzo e caboré são designações dadas aos indivíduos resultantes da miscigenação entre ameríndios e negros africanos.[1][2][3] Suas características físicas são tão variadas quanto as de filhos de quaisquer uniões inter-raciais, mas, em geral, têm pele escura, cabelos lisos e grossos e lábios carnudos.[4][3]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

São usadas ainda as variantes cafuz, carafuz, carafuzo e cafúzio.[nota 1] Cafuzo, cafuz, carafuz e carafuzo podem proceder de "carafuzo".[1][3][nota 2] Caburé, por seu lado, será uma corruptela de caá-poré, que em tupi significa “morador do mato”.[6]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Oficialmente, os cafuzos representam uma minoria importante nos países da América Central e do noroeste da América do Sul, como Colômbia, Venezuela, Guianas, Honduras e Belize, como no caso dos garifunas centro-americanos.[7] Nos países da América Latina são denominados zambo (principalmente na Colômbia e na Bolívia), lobo (México) e garifuna (Honduras, Belize e Guatemala).[7] Em alguns países da América hispanófona, o filho de um ameríndio com um cafuzo é denominado ainda cambujo.[8]

Em algumas regiões do Brasil, são muito comuns, como no Maranhão, na Bahia e em algumas regiões do Pará e do Amapá, estados onde são também conhecidos como taioca, cafuçu ou cariboca.[9]

Os cantores Jimi Hendrix e Tina Turner, o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, o influencer Arthur Faleiro, o músico violonista Robson Miguel e a atriz e modelo Suyane Moreira são alguns cafuzos publicamente conhecidos e autodeclarados.[10][11][12]

Notas

  1. Em Angola e Moçambique, o termo cafuzo designa o mulato escuro de cabelos lisos e espessos.[2]
  2. O termo caburé foi muito usado nos escritos de Macedo Soares e Beaurepaire-Rohan.[5]

Referências

  1. a b FERREIRA, Aurélio B.H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 312.
  2. a b Redação (2009). «Cafuzo». Dicionário Caldas Aulete. Consultado em 27 de dezembro de 2013 
  3. a b c Editores do Michaelis (2013). «Verbete "cafuzo"». Dicionário Michaelis. Consultado em 15 de julho de 2017 
  4. LOPES, Nei (2004). Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. [S.l.]: Selo Negro. 715 páginas. ISBN 85-87478-21-4 
  5. Ed. Brasiliana (1961). Dicionário da terra e da gente do Brasil, volume 19. [S.l.]: Companhia Editora Nacional. 346 páginas 
  6. Arquivo Municipal de São Paulo (1935). Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, Edições 15–16. [S.l.]: Diretoria do Protocolo e Arquivo da Prefeitura 
  7. a b STEVENS, K. (2000). «Garifuna Cultural History». Stanford Center for Latin American Studies. Consultado em 27 de dezembro de 2013 
  8. PAYNO, Manuel (2007). The Bandits from Río Frío: A Naturalistic and Humorous Novel of Customs, Crimes, and Horrors. [S.l.]: Wheatmark, Inc. 644 páginas. ISBN 1587368234 
  9. RAMOS, Arthur; OLIVEIRA, Waldir Freitas (2004). A mestiçagem no Brasil. [S.l.]: UFAL. 179 páginas. ISBN 8571771812 
  10. Editores (2010). «Born Again Indian». The Free Library. Consultado em 27 de dezembro de 2013 
  11. PALADINO, Edwin (12 de março de 2001). «Iracema Fashion». Istoé Gente. Consultado em 27 de dezembro de 2013 
  12. Adm. do sítio web. «Robson Miguel». Robson Miguel. Consultado em 11 de janeiro de 2014 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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